O NAMORO SEGUNDO A BÍBLIA

 

Namoro cristão, o que a Bíblia fala sobre isso? Durante o tempo em que fui líder da mocidade, o tema namoro era um dos assuntos preferidos dos jovens, porém um dos menos entendido! Respondendo à pergunta que fiz, a grande verdade é que os autores bíblicos não falaram “abertamente” sobre o namoro. Não existe na Bíblia nenhum registo sobre isso, mas podemos notar que em alguns textos estes mesmos autores que foram plenamente inspirados pelo Espírito de Deus, trataram o assunto de modo “implícito”!

 

No Antigo Testamento, Moisés falou com os israelitas sobre o relacionamento pré-matrimonial entre dois jovens de “sexos opostos”, de forma que estes desejassem o casamento. “Se numa cidade um homem se encontrar com uma moça prometida em casamento e, seduzindo-a, deitar-se com ela, trareis ambos à porta da cidade e os apedrejareis até que morram: a jovem por não ter gritado por socorro na cidade, e o homem por haver seduzido e abusado da mulher do seu próximo. É assim que acabarás com o mal que campeia no meio do teu povo, ó Israel”. (Dt 22.23,24). Vemos aqui nessa passagem a forma como a Bíblia trata com enorme seriedade a questão da fidelidade no relacionamento íntimo. Uma moça [virgem] deveria ser fiel ao seu futuro marido, “exatamente igual a uma mulher casada”.

 

O Novo Testamento trata o assunto rigorosamente idêntico ao Antigo! O nascimento de Jesus Cristo ocorreu da seguinte maneira: Estando Maria, sua mãe, prometida em casamento a José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Então, José, seu esposo, sendo um homem justo e não querendo expô-la à desonra pública, planejou deixá-la sem que ninguém soubesse a razão. José, ao despertar do sonho, fez o que o Anjo do SENHOR lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua mulher. Contudo, não coabitou com ela enquanto ela não deu à luz o filho primogênito. E José lhe colocou o nome de Jesus”. (Mt 1.18,19,24,25).

 

Podemos notar nessas passagens que conforme o ensino das Escrituras, a moça “virgem” comprometida em noivado era algumas vezes chamada de esposa e estava obrigada a mesma fidelidade. Da mesma forma, o noivo era algumas vezes chamado de esposo. Como disse anteriormente, nós não encontramos nas páginas das Escrituras textos que tratam de maneira explicita sobre o namoro, mas a mesma Escritura ensina sobre o “noivado” entre dois jovens de sexos opostos, comprometidos a buscarem a Deus em oração quanto à possibilidade de um futuro casamento. Por isso, entendemos que “o namoro cristão hoje é algo bem semelhante ao noivado” que a Bíblia fala. Assim sendo, jovens cristãos que decidem iniciar um relacionamento de namoro com alguém devem fazer isso com propósitos bem definidos em seus corações e, exatamente conforme os padrões bíblicos que são completamente contrários da visão distorcida e abominável que o mundo enxerga num relacionamento a dois – entre pessoas de sexo diferente.

 

A COSMOVISÃO DO MUNDO SOBRE O NAMORO

 

Os jovens do mundo vivem no êxtase, (completamente fora de si) e dos padrões morais que a Bíblia ordena aos jovens cristãos. O namoro conforme a cosmovisão do mundo tem seu foco na imoralidade, na curtição do momento, no aqui e agora, nos descontroles dos prazeres emocionais onde a cobiça dos olhos gera uma atração meramente física superficial, carnal, sem compromisso e que visa sempre o sexo ilícito, (fornicação) a todo instante independente das consequências que certamente virão. Geralmente os jovens que não têm aliança com Deus, em sua grande maioria são escarnecedores, promíscuos, devassos, não ouvem os pais, não se importam com aquilo que dizem os mais velhos, não dão a mínima para o que a sociedade pensa a respeito deles, pois para eles o que importa mesmo é aproveitar o momento e desfrutar dos prazeres da carne. Porém, essa cultura imoral, suja, imunda, podre, sem limites é totalmente reprovada por Deus, e completamente distorcida dos valores bíblicos exigidos por Ele aos jovens cristãos.

 

Não podemos de forma nenhuma ceder ao que o mundo prega, pois, o tempo todo as pessoas sem Deus, dizem que jovem fazer sexo é algo “absolutamente” normal e que não nada de errado nisso, ou seja, “tudo” pode e “nada” é proibido! Contudo, os verdadeiros cristãos que foram predestinados por Deus para serem conforme à imagem de Jesus Cristo (Rm 8.29), devem fugir dessas imundices. Um namoro entre jovens cristãos deve ser completamente oposto a estes padrões ridículos e detestáveis que o mundo oferece. “Fugi, portanto, da imoralidade sexual. Qualquer outro pecado que uma pessoa comete, fora do corpo os comete; todavia, quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo”. (1Co 6.18). O povo de Deus foi chamado para santificação, não para prostituição. Por isso, quando formos tentados pelos rudimentos do mundo, devemos apressadamente fugir e dizer como disse o salmista: “Não colocarei diante dos meus olhos nada que seja pernicioso. Detesto a conduta dos infiéis; tais atitudes jamais me conquistarão”. (Sl 101.3).

 

UM NAMORO COM PROPÓSITOS

 

Jovens cristãos que pretendem iniciar um relacionamento precisam ter em mente que o namoro é praticamente o mesmo que o noivado, pois trata-se de uma preparação para um “provável” casamento. É por isso que os cristãos devem ter propósitos bem definidos em seus corações antes de iniciarem o namoro porque namorar não é diversão, passatempo, exibição, mas sim preparação para o futuro! Não pretendo ser exaustivo no assunto, mas apenas falar de “dois” propósitos que julgo ser primordial para os jovens cristãos que querem namorar! Um de ordem “espiritual” e, outro “moral”. E, se você está lendo meu artigo, mas não é um jovem cristão, minha sincera oração é para que o Espírito Santo o convença do pecado e da real necessidade de conversão a Cristo, a fim de que você possa gozar do verdadeiro relacionamento que Deus estabeleceu para os seus filhos e filhas.

 

Em primeiro lugar, vamos falar do “propósito espiritual” que o jovem cristão precisa ter se realmente pretende namorar! Ter sempre em vista a glória de Deus. Isso significa que absolutamente tudo em nossas vidas a prioridade não é o nosso eu, nem tampouco o namorado (a), que poderá vir a ser o futuro cônjuge, mas sim, a glória de Deus e, a preservação do nosso relacionamento pessoal com Ele através da oração. Se o seu relacionamento não glorifica a Deus, não “honra” a Deus; não tem a aprovação de Deus. A glória de Deus, deve estar sempre acima de qualquer coisa, inclusive do namoro.

 

“Portanto dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória perpetuamente! Amém”. (Rm 11.36).

 

“Assim, seja comendo, seja bebendo, seja fazendo qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. (1Co 10.31).

 

“E tudo quanto fizerdes, seja por meio de palavras ou ações, fazei em o Nome do Senhor Jesus, oferecendo por intermédio dele graças a Deus Pai”. (Cl 3.17).

 

Em segundo lugar, jovens cristãos que querem namorar sem uma preparação para o casamento não deveriam nem começar esse relacionamento. Digo isso porque, um namoro que “honra” e “glorifica” a Deus, a tendência é um futuro casamento – que Deus criou como parte de seus planos para a humanidade para formação da família. Todavia, não estou dizendo que dois jovens cristãos que namoram já algum tempo tem a obrigação de se casar, mas sim, que eles devem ter a intenção de se casar. Dito essas coisas, iremos tratar agora do segundo propósito para jovens cristãos que namoram almejando o casamento e me refiro ao aspecto “moral”, “santo” que todo crente deve preservar porque isso é bom e agradável aos olhos de Deus. Assim, considerando que a Bíblia fala da liberdade que temos em Cristo, nós não devemos de modo nenhum usar dessa liberdade como pretexto para fazer o que é mal, mas sim, viver como servos de Deus que o temem e obedecer aos limites que Ele impôs numa relação entre pessoas de “gêneros opostos”, ou seja, sexo só “depois” do casamento e “no” casamento; “antes” do casamento e “fora” do casamento é pecado sim. A Bíblia não mente!

 

“Estabeleci um pacto com meus olhos de não atentar com cobiça por donzela alguma”. (Jó 31.1).

 

“Filho do homem; eis que havia duas mulheres, filhas da mesma mãe. E aconteceu que elas se prostituíram no Egito, desde muito jovens se envolveram com todo tipo de perversão. Naquelas terras viram seus corpos serem tocados lascivamente; seus seios foram afagados e desvirginados. A mais velha chamava-se, Oolá, e o nome de sua irmã era, Oolibá... Assim, Oolá, se deixou envolver pela prostituição, entregando-se a todos eles, homens que faziam parte da elite dos assírios; contaminando-se também com cada ídolo cultuado por quem se apaixonava. Ela decidiu não abandonar a sua vida promíscua e libertina iniciada no Egito; desde a primeira juventude conheceu muitos homens e deitou-se com todos que a seduziram; estes acariciaram seus seios virgens e a envolveram em suas práticas idólatras, corruptas e devassas. Ora, sua irmã Oolibá viu tudo isso, mas mesmo assim, também se deixou seduzir em sua paixão lasciva e cobiçosa; entregando-se desenfreadamente à prostituição, foi ainda mais pervertida que sua irmã”. (Ez 23.2-4,7,8,11).

 

“Ouvistes o que foi dito: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela”. (Mt 5.27,28).

 

“Todavia, escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da imoralidade, da carne de animais sufocados e do sangue”. (At 15.20).

 

“De toda parte se ouvem comentários de que há impureza entre vós, e uma espécie de imoralidade que não se observa nem mesmo entre os pagãos, a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher do seu pai”. (1Co 5.1).

 

“Fugi, portanto, da imoralidade sexual. Qualquer outro pecado que uma pessoa comete, fora do corpo os comete; todavia, quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo”. (1Co 6.18).

 

“Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido”. (1Co 7.1,2).

 

“Temo ainda de que, quando estiver convosco outra vez, o meu Deus me humilhe diante de vós, e que eu lamente por muitos dos que pecaram anteriormente e que ainda não chegaram à conclusão que precisam se arrepender da impureza, das relações sexuais ilícitas e da devassidão moral que viviam praticando”. (2Co 12.21).

 

“Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia”. (Gl 5.19).

 

“Entre vós não deveis haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas atitudes não são adequadas aos santos”. (Ef 5.3).

 

“Sendo assim, fazei morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixão, vontades”... (Cl 3.5).

 

“A vontade de Deus é esta: a vossa santificação; por isso, afastai-vos da imoralidade sexual. Cada um de vós saiba viver com seu próprio cônjuge em santidade e honra, não dominados pela paixão de desejos sem controle, à semelhança dos pagãos que não conhecem a Deus”. (1Ts 4.3-5).

 

“Digno de honra seja o casamento entre todas as testemunhas, bem como a pureza do leito conjugal; porquanto, Deus julgará os imorais e adúlteros”. (Hb 13.4).

 

“De maneira semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas entregaram-se à imoralidade e a todo tipo de depravação sexual. Estando sob o castigo do fogo eterno, essas cidades nos servem de exemplo”. (Jd 7).

 

Se estes dois propósitos – [espiritual e moral] forem, antes de tudo, o fundamento do jovem cristão que namora e pretende casar-se, isso certamente será agradável e aceitável aos olhos de Deus, pois a Bíblia diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. (Rm 12.1).

 

UMA ORIENTAÇÃO NECESSÁRIA

 

No Antigo Testamento, Deus sempre orientou o Seu povo a não se casar e nem se relacionar de forma séria com pessoas que não o serviam (Êx 34.16; Dt 7.2-4; Js 23.12,13). Em Gênesis, Esaú, filho de Rebeca e Isaque deu enorme desgosto a seus pais quando se rebelou contra a lei de Deus, casando-se com mulheres cananeias e heteias. “Então Rebeca se queixou a Isaque: Estou desgostosa da vida, por causa dessas mulheres hititas. Se Jacó escolher esposa entre as mulheres dessa terra, entre as jovens hititas como essas, perderei completamente a razão de viver”! “Esaú soube que as filhas de Canaã eram malvistas por seu Pai Isaque. Foi Esaú à casa de Ismael e tomou como mulher, além das que já possuía, Maalate, filha de Ismael, neta de Abraão, e irmã de Nevayot.” (Gn 27.46; 28.8,9).

 

“Ora, acaso não foi exatamente nisso que Salomão, o rei de Israel, errou e pecou? Entre uma multidão de nações não havia rei que se igualasse a ele. Salomão era amado por seu Deus, e o Eterno o constituiu rei sobre todo o Israel. Entretanto, até mesmo Salomão foi conduzido ao pecado pelas mulheres gentias”. (Ne 13.26).

 

“Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo”? (Am 3.3).

 

No Novo Testamento a orientação Divina permanece exatamente a mesma. “A mulher não está livre enquanto o seu marido estiver vivo. Caso o marido morra, ela fica livre para se casar com quem quiser, contanto que case com um cristão”. (1Co 7.39).

 

Vemos que Deus ensina de forma muito clara que seus filhos e suas filhas não devem se colocar em jugo desigual com os descrentes, ou seja, seus servos devem casar-se somente com pessoas que sejam como nós, que professam a mesma fé, que sejam “templo do Espírito Santo”, pessoas regeneradas. Isso é muito claro a partir do ensino do apóstolo Paulo no texto de (2Co 6.14-18; 7.1), quando ele faz um nítido contraste entre a justiça e, a injustiça; a luz e, as trevas; Cristo e Belial; o crente e, o incrédulo; o templo de Deus e, o templo dos ídolos. Mas, afinal, o que Paulo quis ensinar aos crentes nessa passagem? Só existe uma resposta! “Incompatibilidade”. Conforme o ensino das Escrituras, não existe nenhuma dúvida que um cristão não deve nem sequer pensar em um relacionamento íntimo com o incrédulo, pois existem entre eles um (enorme e profundo abismo) de “inconformidades”. Essa é a grande verdade! E, quando me refiro ao cristão que não deve se relacionar com o descrente, eu não estou falando daquele que meramente confessou Jesus Cristo apenas com os lábios, que frequenta os cultos e que depois de algum tempo recebe uma carteirinha de membro da igreja. Ser cristão de verdade vai muito além dessas coisas! Um cristão verdadeiro vive em novidade de vida, ele ama e honra ao Senhor Jesus acima de qualquer coisa e sabe muito bem que suas decisões devem agradar ao Senhor, não a si mesmo e, os outros. Um relacionamento íntimo com o incrédulo certamente ofuscará a sua visão de Deus, da Bíblia, da vida cristã e muito provavelmente você deixará os padrões bíblicos que Deus estabeleceu para o relacionamento e acabará aceitando à cosmovisão do namorado, ou da namorada que não tem aliança com Deus, e que está morto espiritualmente em seus delitos e pecados (Ef 2.1-3). A ordem de Deus para o seu povo não mudou: “Saiam do meio dos pagãos e separem-se deles, diz o Senhor, e não toqueis em nada que seja impuro, e Eu vos receberei. Serei para vós Pai e sereis para mim filhos e filhas”, diz o Senhor Todo-Poderoso! (2Co 6.17,18).

 

JESUS FAZ A DIFERENÇA

Pastor Jose Junior
Enviado por Pastor Jose Junior em 30/04/2024
Reeditado em 30/04/2024
Código do texto: T8053320
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