LIBERDADE (AINDA QUE TARDIA)

Com esse lema, fez-se a Conjuração Mineira.

A causa, mais que justa, tinha como objetivo fundar uma república e acabar com o recolhimento do imposto de 20% (1/5 de todo ouro que se produzia, daí o nome de quinto dos infernos) que deveria ser recolhido para o colonizador, a essa altura do campeonato sob o reinado de Dona Maria I, alcunhada “a louca”.

O lema grafado em latim, que permanece na bandeira do Estado de Minas Gerais, foi ideia dos participantes que haviam estudado na Europa e trazido os ideais de autodeterminação, mas o movimento fracassou graças aos interesses econômicos dos traidores da causa, sendo Joaquim Silvério dos Reis o mais conhecido deles.

Até nos dias atuais, é interessante notar que esse nefando hábito de reescrever a história é praticado pelo brasileiro, porque (ninguém fala) mas em 1710, setenta e nove anos antes do desfecho da Conjuração Mineira, Bernardo Vieira de Melo tinha feito proposta semelhante no senado de Olinda/PE e também foi denunciado, deportado e morreu na prisão.

Entretanto as honras dos ideais libertários recaem exclusivamente nos ombros do Joaquim José da Silva Xavier – Alferes de Cavalaria, que por também exercer a arte de extrair dentes (sem anestesia, claro) foi alcunhado Tiradentes.

O tempo passou, acabou a monarquia, mas ainda não conseguimos implantar a tão sonhada Liberdade que deve ser garantida pela república erguida sobre os pilares da Constituição, talvez porque não aprendemos a formar verdadeiros cidadãos conscientes de que, antes dos direitos existem os deveres para com a nação e os seus habitantes, todos eles sem qualquer exceção, iguais perante a Lei.

CITAÇÃO

Dona Maria I. Rainha de Portugal, Algarves e Brasil de 1777/1816 = nome completo: Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança