Cidade pequena

Considero minha cidade pequena! Não sei dizer quantos habitantes têm, mas ouvi dizer que este ano o número de habitantes aumentou e as eleições poderão ser decididas em segundo turno, se assim for o caso.

O bairro que eu moro, considerado a capital não oficial da nossa cidadezinha, é bem movimentado, por isso, dizem que aqui deveria ser o centro, ou se tornar independente. No entanto, não deixa de ser pequeno. E, todo mundo, direta ou indiretamente se conhece.

Eu rezo para não encontrar determinadas pessoas, de verdade! Eu até evito ir em muitos lugares ou eventos para não esbarrar. Deus assim tem ouvido minhas preces e sou grata!

Mas não é sobre isso que vim falar.

Vim falar sobre como é ser de uma cidade pequena. E vou dar exemplos:

Assim que voltei a dar aulas, passei a ter como alunos os filhos dos meus ex- colegas de trabalho, da empresa que eu fazia parte, que nada tinha a ver com a área de educação.

Sai, dessa instituição escolar e fui pra outra, lá também encontrei como alunos filhos de ex- colegas de trabalho, de uma outra instituição que trabalhei.

Também encontrei colegas da época da escola, seja como pai de aluno ou mesmo professor.

Há um tempo atrás precisei chamar um uber pra ir e voltar da escola.

Me lembro bem que foi 4 vezes que precisei usar o app, nas 4 vezes eu conhecia o motorista, todos motoristas diferentes. Um era membro da igreja que frequento, o outro colega do meu irmão da época da escola, e irmão de uma colega minha da época da escola.

O outro eu não me recordo agora, mas era conhecido também.

E o último era o marido da funcionária da escola que trabalho atualmente.

Descobri que o marido da minha colega de trabalho é compadre do filho da minha ex-patroa.

Morar numa cidade pequena é ir ao centro fazer compras e se preocupar com o quê está falando, pois as pessoas ao redor podem nos conhecer, mesmo que a gente não conheça ou não se lembre. Principalmente eu que tenho dificuldade em gravar feições.

Muitos pais e familiares de alunos trabalham no comércio local.

Outro dia em uma visita ao médico, encontrei uma mãe de ex aluno, que trabalhava lá como enfermeira.

Aqui é assim. Se quiser saber da vida de alguém é só perguntar um e outro.

Descobri que uma das minha amigas mais próxima é prima da minha prima.

É ver colegas de infância gerenciando sua própria família.

E encontrar seus professores na igreja.

É acompanhar as páginas de fofocas da cidade pela Internet.

E o que mais gosto, é chegar próximo a minha casa, olhar pro fim da rua e ver um morro com mata atlântica preservada, me pergunto até quando será assim?! Espero que por muito tempo ainda, às vezes sinto vontade de parar no meio da rua, só pra admirar aquele pedacinho de mata.

Quem não é daqui, pensa que a rua acabou, pois vê no fim da rua apenas uma casa, algumas bananeiras e morros atrás com mata preservada. Mas não sabem, que a rua continua ao fazer uma curva acentuada a direita, e por lá segue para uma área com menos habitação ( hoje bem mais que na minha infância).

flor de inverno
Enviado por flor de inverno em 27/04/2024
Código do texto: T8051263
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