OS SETE MARES.

Quando nasceu o terceiro filho se seu Valdemar como se estivesse atingido a cota do sexo masculino, meu pai partiu para aumentar a família só que agora viriam as meninas. Nessa época vivíamos em São Paulo em um lugar chamado Piracicaba. Será aquela bebê que nascerá e irá se chamar Marcia que dará origem a série. Foram quatro filhas com minha mãe e mais três com a companheira com quem viveu depois que ficou viúvo.

Assim começaria seu MAR de filhas.

Até hoje quando leio em versos, textos e poemas ou quando ouço em músicas a expressão “sete mares, ” fico imaginando, será que se trata de minhas irmãs?! Para mim um mar de irmãs, para meu pai e minha mãe um mar de filhas.

Podendo ler-se desta forma em seus batistérios os nomes:

MARcia, MARluce, MARta e MARcilene

Marcilene por desígnio de Deus e em consequência de um acidente, não se encontra em nosso meio. Pouco tempo depois de partir para o andar de cima, mainha também nos deixou e foi lhe fazer companhia.

Depois de perdemos nossa genitora e companheira de meu pai, como naquela canção “Ave Coração” de Raimundo Fagner em que pode-se ouvir:

“Não quero ser herói de nada

Só quero a companhia de outros braços

É que meu coração de homem

Voa alto como um pássaro. ”

Seu Valdemar juntou os filhos e confessou que não gostaria de viver uma vida promiscua, se relacionando com mulheres da vida, como se diz no dito popular sobre essas mulheres:

“As mulheres perdidas são sempre as mais achadas”.

Nos disse que pretendia viver com uma moça quase trinta anos mais nova que ele, não fizemos objeção pois já éramos todos ou quase todos independentes, e minha irmã mais nova com onze anos tinha a guarde de minhas outras duas irmãs, e nada faltava para ela.

Não demorou muito para que soubéssemos que a nova esposa do pai estava gravida e esperava uma filha, a primeira das três que ainda viriam. Nasceu então MARilene não demorando muito para a cegonha fazer outra visita e desta vez, quem faria parte da família seria MARiane. Sem perder a conta já são seis filhas e todas com o “MAR” no nome.

Já a terceira menina de seu segundo relacionamento, quando veio, seu Valdemar já estava meio cansado com sessenta anos e segundo ele, deve-se a esse fato o nome da caçula ter se chamado Vitoria.

Voltando a descrever os primeiros cinco filhos no qual sou primogênito, foram três homens e duas mulheres, todos com diferença de idade de um ano. Quando perguntava a ele se não havia televisão naqueles tempos, final dos anos sessenta e começo da década de 70, ele respondia sempre com aquele sorriso sarcástico:

- Meu filho, seu pai é Cearense, e esse negócio de mulher com o umbigo que cabe quase um quilo de farinha, não é com ele, a mulher tem que esta é com o umbigo estufado.

Mas para que este texto se identifique com o título, uma vez que já lhe alterei umas três vezes desde que publiquei, o sétimo MAR só chegaria a família depois de alguns anos e viria como neta daquela que seria o segundo mar ou seja, sua avó MARluce, e bisneta de seu Valdemar, assim sendo e para alegria da família, com saúde e muito bela nasceu MARcela.

Que Deus nos abençoe e nos dê vida longa, para que possamos desfrutar das conquistas e quem sabe ver surgir destes mares outros mares. E que estejamos sempre juntos e unidos nas batalhas desta vida.

Texto em homenagem a meu pai e dedicado a minhas irmãs.

Elton Portela
Enviado por Elton Portela em 24/04/2024
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