Nó na mamadeira

A mulher pipa e o homem barril se conheceram numa clínica de emagrecimento.

Ali queimaram não suas gorduras e calorias, mas todas as suas economias.

Inutilmente, porque continuaram obesos: era coisa de genética, não apenas de malhação ou alimentação.

Gostavam um do outro, resolveram se casar e meses depois a mulher pipa engordou mais ainda.

Porque ficou grávida e tempos depois deu à luz três caixotinhos.

Que depois seriam o menino criado-mudo, o outro também, para fazer par com o primeiro, e a menina secretária.

Meses depois já engatinhavam e não paravam no lugar, os meninos ao lado da cama do casal e a menina no escritório do pai. Tinham de ser arrastados de volta para seus lugares a todo momento e isso acabava riscando o chão da casa toda.

Mas esse não era o principal problema do casal.

Gastavam uma fortuna na alimentação das crianças: elas consumiam diariamente muitas mamadeiras de óleo de peroba.

Cresceram mais ainda e já andavam pedindo aos pais para trocar o óleo por um lustra-móveis com amaciante e silicone, produto dos mais caros do mercado.

Que caras de pau esses fedelhos: pequenos ainda e pensando apenas em cheirar bem e brilhar!