MINHA DOR MEU LIMITE

No meu quarto. Só eu!

Sou alimentado na dor da alma

Pelo silêncio insípido

Aliado a face negra do nada

O nada de um alguém que não está

O nada de um alguém que não vem

Mas que eu sinto em meu corpo

E que vai dormir comigo

Só eu, em meu quarto

Na dor da alma sou alimentado

Pelo insípido silêncio

Do nada a negra face aliada

Minhas noites pesadamente se arrastam

Como uma anaconda no chão liso

Enquanto o meu sono passeia vagamente

Eu não durmo, não escuto, eu me limito

Me limito no meu quarto

Me limito no alimento de minha alma

Me limito no silêncio negro

De um nada insípido

Me limito

No alguém que não está

No alguém que não vem

Mas que dorme comigo.

Alvesombrinha
Enviado por Alvesombrinha em 16/11/2018
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