MINHA DOR MEU LIMITE
No meu quarto. Só eu!
Sou alimentado na dor da alma
Pelo silêncio insípido
Aliado a face negra do nada
O nada de um alguém que não está
O nada de um alguém que não vem
Mas que eu sinto em meu corpo
E que vai dormir comigo
Só eu, em meu quarto
Na dor da alma sou alimentado
Pelo insípido silêncio
Do nada a negra face aliada
Minhas noites pesadamente se arrastam
Como uma anaconda no chão liso
Enquanto o meu sono passeia vagamente
Eu não durmo, não escuto, eu me limito
Me limito no meu quarto
Me limito no alimento de minha alma
Me limito no silêncio negro
De um nada insípido
Me limito
No alguém que não está
No alguém que não vem
Mas que dorme comigo.