Desabafo

Eu não tenho cor, senão

Rosa choque a me

entregar

Me maldizer,

caluniar

Ratificar meus

defeitos

Ter ao mundo o que

provar

Condenar-me a ser

perfeito

Aprisionar-me a

natureza

Ensinar-me a negar o

não

Questionar esta

pureza

Sendo a sua morta ao

chão

Eu não tenho dor, senão

Este olhar a me

julgar

Apontar-me a

direção

Aos fundos do teu

lugar

Para então

subjugar

Às ruas meu ganha

pão

E o teu mundo a me

cercar

Teus livros, teus filmes,

novela

Teus beijos, carícias e

lugares

Somente te revelam.

A mim, não

Eu não tenho amor, senão

Este espelho a me

encantar

Beijar, bulir,

trepar

No que cabe ao meu

desejo

Mas nem todo

abraço

Mas nem todo

beijo

Carregam minha

condição

Posso ser teu

amigo,

teu pai,

teu irmão

Ou vilão, quem sabe,

mas...

...por isso não