A BRISA
Aquela brisa que inspira poemas
Alisa o teu corpo, que te causa arrepios
Que passeia por todo o teu corpo
E que quando para parece que estanca
Com a folha não mexe e você se aquece
E a potranca galopa mexendo com a brisa
Que agora agitada adormece
Padece, em meu Rio, o povo com frio
É o ócio, entre os corpos que se aquecem
E merecem, esta brisa que os toca
Externando a volúpia que os agita e transborda
Esta brisa mansa que alisa a bruma
Que mexe com as flores deitando a mata
É pacata, mas se transforma e se destaca
Dilacerando o que toca e o que arrebata
Um primata... é o que parece querer ser
O ser que comporta exterminar a natureza
Mas o ideal de sua força é vir e limpar o ar
Não parece mas sempre tem um espírito de pobreza.