AO FIM

Ao fim,

Não será por onde chegou,

Mas em quem se tornou,

Vossa,

Que nem é tão tua,

Mesmo assim se doou,

Perguntas,

O lado oposto da resposta,

E o flagelo da dúvida a ponte para atravessar,

Fogo ou gelo?

Salgado ou doce?

Amor ou paixão?

O salgado fogo da paixão?

O doce gelo do amor?

E você, seja quem for,

Nunca saberá se é um erro incessante,

Ou o tiro certeiro que a primeira seta não desperdiçou,

Do sucesso o fulgor,

No errar o azedar,

Ao fim,

A velha roupa colorida,

Pela qual se encantou,

Agora não mais desejará,

Ao fim, o fim era somente uma distração,

Para todo o resto se suportar,

E não precisa tudo entender,

Ninguém poderá explicar,

Ao fim,

Somos nós e nó,

E um constante desatar,

A virtude é mudar sem esgotar a essência do ser,

Permanecer uma inconstante,

Como são as ondas do mar,

O que foi um dia será,

Mas ao final apenas restará o que é,

Ao fim,

Não será por onde chegou,

Mas em quem se tornou.