Meu ópio
O tempo escorre entre meus dedos
Somam-se as horas.
E mais uma vez, eu não sei a resposta de uma pergunta...
Mais um dia ou menos um dia?
A janela está fechada.
O vento não entra mais sem permissão
Balançando a cortina de seda.
A rua movimentada não produz tanto barulho
Quanto aqui dentro.
O ar que circula é sempre o mesmo
Meu ópio.
Eu gostava de dias cinzas, até todos eles se tornarem da mesma cor...
Dos dias onde o vento entrava e eu o sentia
Da paz aqui de dentro que circunscrevia o barulho de fora
De quando eu não havia adormecido para a vida
E ela se fazia de várias cores.
De quando caminhava com o tempo...
Certa estou que esses dias não voltam, mas anseio para que se façam novos.