MORRI ACORDANDO

Chove rios lá fora

E a água limpa morro abaixo

Como se fosse uma adepta do diabo

E ao ver tanta desgraça eu me acabo

Há o corpo de um anjo no riacho

E eu todo molhado e sem nada

Pois o que restou-me foi o tudo

O melhor, que é a vida

Procuro entre tábuas e lama minha querida

Achei a sua mão, pois ela estava soterrada

Não chorei, não sorri, eu não era eu

Pois recusava-me a acreditar

Como se fosse alguém que viesse me contar

Que tudo aquilo aconteceu

Então me deram não sei o que

E só assim eu adormeci

E quando acordei, chorei, chorei

Aí então foi que eu morri

Alvesombrinha
Enviado por Alvesombrinha em 03/01/2017
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