MORRI ACORDANDO
Chove rios lá fora
E a água limpa morro abaixo
Como se fosse uma adepta do diabo
E ao ver tanta desgraça eu me acabo
Há o corpo de um anjo no riacho
E eu todo molhado e sem nada
Pois o que restou-me foi o tudo
O melhor, que é a vida
Procuro entre tábuas e lama minha querida
Achei a sua mão, pois ela estava soterrada
Não chorei, não sorri, eu não era eu
Pois recusava-me a acreditar
Como se fosse alguém que viesse me contar
Que tudo aquilo aconteceu
Então me deram não sei o que
E só assim eu adormeci
E quando acordei, chorei, chorei
Aí então foi que eu morri