UM JEITINHO DE TER VOCÊ

Esta noite eu quero uma valsa

Não me importa as letras e os acordes

Pois a solidão não desafina

E nem é falsa do poeta sua rima

Danço na vida sob a amargura que me desatina

Converso comigo para o medo não ter vez

Mas o espelho o mostra em meu rosto

E do espelho eu retiro a minha tez

Os ponteiros se cruzam novamente

Mas o tempo adiantado nada me diz

Mas ele passa e me passa docemente

Que eu não sou, mas que estou muito infeliz

As minhas lágrimas surgem desobedientes

E tobogam face abaixo em paralelas

E o desabafo é um alívio ao meu peito

Exorcizando o grande mau de tais sequelas

Mas todos voltam ao passado vez em quando

Pois recordando é que se pode reviver

E é voltando que eu encontro um jeitinho

De me enganar pensando que’u tenho você.

Alvesombrinha
Enviado por Alvesombrinha em 19/12/2016
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