UM JEITINHO DE TER VOCÊ
Esta noite eu quero uma valsa
Não me importa as letras e os acordes
Pois a solidão não desafina
E nem é falsa do poeta sua rima
Danço na vida sob a amargura que me desatina
Converso comigo para o medo não ter vez
Mas o espelho o mostra em meu rosto
E do espelho eu retiro a minha tez
Os ponteiros se cruzam novamente
Mas o tempo adiantado nada me diz
Mas ele passa e me passa docemente
Que eu não sou, mas que estou muito infeliz
As minhas lágrimas surgem desobedientes
E tobogam face abaixo em paralelas
E o desabafo é um alívio ao meu peito
Exorcizando o grande mau de tais sequelas
Mas todos voltam ao passado vez em quando
Pois recordando é que se pode reviver
E é voltando que eu encontro um jeitinho
De me enganar pensando que’u tenho você.