Ode ao finamento
Amanhã eu preciso estar lá
E ninguém vai me ajudar
Todos tecidos com fios do mesmo remendo
Já se acostumam com a dor e me zombam por chorar
Vivendo assim, estou morrendo
Vivendo assim, estou morrendo
Amanhã vão querer que eu vá lá
E eu não sei o que falar
Quero uma dor que me livre daquele tormento
Não vão saber perdoar se não tem de onde sangrar
Sangrando então, tenho um alento
Sangrando então, tenho um alento
Amanhã vão pedir de mim lá
E eu não tenho mais pra dar
Ganham sorriso e acham que eu aguento
Não poderiam enxergar o que não dá pra mostrar
Doente estou, mas é por dentro
Doente estou, mas é por dentro
Amanhã não tem jeito, eu vou la
Pra não ter que me explicar
Como alguém se machuca sem ter ferimento
Ergo a carcaça no ar, suplicando pra acabar
O tempo e enfim, o finamento
O tempo e enfim, o finamento.