Sequência de inconsequências

Sequência de inconsequências

Pequenas doses de incompetência.

Outros tantos afagos dóceis

Das mãos que deram, que dão,

Que retornarão mirradas, mas nunca vazias;

Dos lampejos de agonia

Dos extensos períodos de alegria,

A incongruência de muitos princípios

O familiar, o amistoso

A lógica;

O prazeroso.

O fim de um caminho acidentado

Cujo mato cobre onde ninguém repousa.

O adeus contínuo, ininterrupto

Entregue como um sussurro mórbido e gélido

Que canta músicas que não tocam mais pelas esquinas da cidade.

Um amargo sentimento de lembrança,

Uma compaixão de gosto terroso, aerado

Que passa perto de chamarmos de morada.

Suspiros que cintilam pelas noites

E que perduram pelos dias

Que nunca cairão em desuso

Mesmo que sua relevância perca o sentido a cada segundo.

E se a cada minuto esquecerem seu nome,

Se todo dia derrubarem os tijolos,

Das edificações que levaram anos para levantar,

Saiba que a cada década dói um pouco menos

Do que o século que parece

Que acaba de passar.

Deste lado, acenos tardios

Que não cumprimentam mais ninguém.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 29/04/2024
Código do texto: T8052083
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.