Que dor é essa?
Que dor é essa?
Dor que passa
Mas, antes,
destrói e arrasta
Essa dor, que parece infantil,
Machucou e ninguém viu
Falar desta dor já não basta
Em minha arquitetura ela é pilastra
Vou escrever um diário
Vou contar sobre essa dor
A física é visível
Mas a outra me causa estertor
Dor da alma
Dor da vida
Dor fantasiada
Não fingida
Ansiando por não ter
Sufocando sem perceber
Disparando a me perder
Ou ficando para ver
Tenho dores como tu
Não me olhes mais assim
Tenho ódios e rancores
Talvez causas destas dores
Olha aqui,
Preste atenção!
Sou loucura
Sou razão
Vou encerrar esse poema
Talvez nem tenha valido a pena
Estou, aqui, a me queixar
Já não sei mais contemplar