A tragédia das garotas mágicas

 

A TRAGÉDIA DAS GAROTAS MÁGICAS

Miguel Carqueija

 

(Resenha do volume 2 do mangá “Madoka Mágica”)

 

Com certeza, “Puella Magi Madoka Magica” não é o que se costuma esperar de um mangá do gênero “meninas mágicas”. O traço infantil, mas gracioso, e a delicadeza dos sentimentos (bem “shoujo”) disfarça o caráter fatídico e sombrio da trama. Após a morte de Mami no volume 1, neste volume do meio a tragédia envolve Sayaka Miki, que busca acertar no improviso, sacrificando-se cada vez mais para desempenhar a missão assumida de garota mágica e caçadora de bruxas.

“Não foi apenas para lutar contra bruxas, mas para proteger as pessoas a quem amo que eu aceitei este poder”, diz Sayaka, assim expressando com maturidade o seu idealismo de 14 anos. Infelizmente o roteiro do grupo Magica Quartet é cruel até com as heroínas. É desconcertante que a principal protagonista, Madoka Kaname, de quem Kyubey (o pequeno animal mágico que firma "contrato" com elas) afirma possuir latente o maior dos poderes — permanece passiva e espectadora em dois terços da mini-série.

Fica claro que terríveis revelações virão no volume final, principalmente em relação às verdadeiras intenções de Homura Akemi e ao paradoxo temporal que domina a trama. E a terrível ameaça que paira sobre a cidade fictícia de Mitakihara.

“Madoka Magica” é edição brasileira da New Pop e original da Houbunsha (Japão, 2011). Desenho de Harokage. Adaptação da série em animê.

 

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2013; complementos de 5 de maio de 2024.