Descrentizando
A sombra desprendeu num duro gesto
Das luzes vacilantes do caminho,
Vãs esperanças, sonhos, peito e resto
-Vertiginosamente - em torvelinho
Lancinante certeza, sangue e vinho...
Ebulição dos males - manifesto,
Testamentando à carne pergaminho,
Rasgando juramento indigesto.
Sal na chaga, que achava sustentar
A existência própria, ao discordar
De orações o meu ser, jugo e murmúrio…
Parasitantes mortos pena e trauma
Queimando minha fé - fogo e mercúrio...
Quem inventou o medo, a culpa, a alma?